Abstinência - uma dor que passa.

27 augusti 2008

Os dias por aqui têm sido um pouco curtos para que eu faça tudo que estava acostumada. Numa época em que, de fato, eu achava que fazia algo. Muita gente me escreveu perguntando quais as reações de um abstinente. Uma pessoa que tenta se livrar de uma droga já que eu falei no post anterior sobre as duas semanas que vivi.
Uma vez no hospital e descoberto que o remédio TOFRANIL dava confusão mental, medo, anorexia e bulimia nervosa, constipação intestinal,perda dememória,dificuldade em enxergar, falta de tato e arritimia cardíaca, o médico norueguês não me aconselhava diminuir o tal remédio. Segundo ele, eu sofreria muito já que tentara 2 vezes no Brasil e não conseguira.
Ao chegar em casa, eu disse ao marido: EU VOU REDUZIR 50%. Senti nos olhos dele o medo. Mas eu estava decidida. Foram duas semanas em que chorei por 10 dias infinitos, trancada no quarto, nao comia direito, a boca ressecada, me desanimava, nao tomei banho, nao lavei o cabelo, nao escovei os dentes, nao vi ninguém, além dos filhos, genro e marido. No 11. dia, vendo eles meu sofrimento, me aconselharam a tomar o remédio. Eu persisti. 4 dias depois, eu sentei na varanda e consegui ver o céu azul de um verão que começava a me aquecer e dar cor à minha vida, já que eu via tudo cinzento ao meu redor. Não foi fácil. Acima de tudo, precisamos ter persistência. Nao desistir. Insistir. Não há nada que nos faça abandonar a droga se não quisermos. Mas eu queria fazer isso antes de voltar à escola. No período mais doloroso, minhas crises eram tao fortes que eu tinha pesadelos tenebrosos, me debatia na cama como se tivesse epilepsia, o marido era derrubado, eu me atracava numa briga inconsciente com ele, que solícito fazia chá de camomila até me fazer dormir novamente.
Hoje, passados algumas semanas, já nao tomo o remédio que foi substituído por um mais fraco e uma vez por dia. Ainda nao estou 100% curada. Vez ou outra meu corpo reclama o remédio e eu reajo. Choro, tomo chá e deito. E pressinto que comeco a ver a vida com outros olhos.
Na realidade, eu nunca fui insegura, medrosa. Nunca fiz uma coisa pela manhã e me arrependi à noite. Em meu estado normal, eu não fecharia blog nenhum por causa de uma crítica ou por causa de alguém me caluniar ou enviar mensagens desaforadas. E foi isso que me chamou a atenção.
Nunca fiz das pedras encontradas pelo caminho algo a me ajudar na construção de castelos. Não.Sempre viví numa realidade: pedras a nos atormentar a gente deve mesmo é pintá-las com as cores do arco-íris mesmo que elas queiram continuar vivendo na escuridão da vida. Cada uma segue seu rumo e ponto final. Voltei a acreditar na vida, a viver e a pensar em mim, sem me esquecer dos outros. A pensar nos outros sem me esquecer de mim. Não vivo na corda bamba. Aos poucos vou me firmando numa luta para voltar a ser 100% quem eu era.
"Não é a força, mas a perseverança que realiza grandes coisas." Samuel Johnson

Desta forma, não se deixe dominar por nenhum remédio. Busque forças dentro de você e acharás. Tenhas fé num Ser Superior que Te ajudará. Mas acima de tudo, busque um motivo para se livrar da droga. Os meus sao muitos. O futuro que me espera, os netos que quero conhecer e, por incrível que pareca, os refugiados que, um dia, pretendo ajudar de forma mais efetiva.

Obrigada a você que, de uma forma ou de outra me ajudou. Já dizia Mário Quintana de que "a amizade é um amor que nunca morre" e "a arte de viver é simplesmente a arte de conviver ..." mas se "Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se! Você quer ser feliz para sempre? Perdoe!", assim escreveu Tertuliano. Se posso ter recaídas? Sim. No entanto,não cogito isso. por que " o segredo da felicidade está na liberdade; o segredo da liberdade está na coragem", assim pensava Péricles.

EU FUI AO FUNDO DO POÇO E NÃO DESEJO TAMANHO SOFRIMENTO A NINGUÉM. EU ME SENTÍ VAZIA E NO FUNDO DO POÇO. SE EXISTE O INFERNO,EU CONHECI EM 12 MESES. VIVÍ MOMENTOS DE TANTO SOFRIMENTO E NÃO SEI COMO OS AMIGOS E MARIDO ME AGUENTARAM. E OS FILHOS,TAMBÉM.EU IMAGINO O QUANTO DEVE SER DIFÍCIL PARA ESSA AMY WINEHOUSE LARGAR O VÍCIO.



P.S.: O cartão da direita é relativo ao aniversário da BETTY QUE ANIVERSARIA AMANHÃ. BEIJOCAS SEM FIM, MINHA ANJA.

A vida e o jeito de ser brasileiro

22 augusti 2008

OS dias por aqui têm sido sempre de frio e nasce com uma cor cinza escondendo um sol que não vejo faz tempo. O céu cor de chumbo dá uma sensação de se está em uma terra estranha. E estou.

A chuva cai durante a noite e olho pela janela do quarto e o que vejo são flores espalhadas pelo jardim com a beleza das gotas de orvalho a enfeitá-las. Essas gotas me mostram o quão frágil é o ser humano.Mas também me fazem relembrar que ser imigrante é não saber, ao certo, o chão que se pisa, o falar que não é nosso, a língua que não conhecemos bem. Os trejeitos de um povo que não é nosso. O abrir de portas que não nos é familiar.

Viver no exterior é vir a ser uma foto nos álbuns da família que deixamos para trás. Mas é,também, aprender a conviver com uma saudade evidente de uma terra que nos viu nascer, crescer e florescer. Podemos ter fingido que os laços familiares foram rompidos. No entanto,uma vez sabendo que alguém está com problemas, sentimos saudades e o coração dói, sangra. Outro problema é querer fingir que assumimos a bandeira da nova Pátria. E eu assumo que meu coração é dividido.E isso ficou claro nas OLimpíadas de Pequim. sofri pelas derrotas dos atletas suecos(Stefan Holm ficou em quarto lugar e Mustafa Mohamed perdeu a medalha nos últimos 200 metros). Mas chorar ao ver um Diego Hipólito pedindo desculpas ao país por ter caído, uma Cristiane chorando por ter perdido a medalha de ouro para as americanas, o Jessé de LIma na final do High Jump - uma surpresa para mim -, os argentinos derrotando o futebol masculino, são sinais claros dentro em mim de que sofro por um país que não dá grandes condições ao seu povo. Este país está tão enraizado num coração vermelho cujas cores são verde - de uma floresta amazônica devastada e amarelo - dos campos de flores suecas e de um sol que quero mesmo que nasça diriamente e se transforme num laranja, ou cores de arco-íris forte.

Já ultrapassei, creio, a fase da abstinência dos remédios. Foram duas semanas infernais. Onde contei apenas com o marido e amigos blogueiros.Mudei de casa, retomei novo tratamento, voltei a estudar - creio que serão 8 horas por dia -e nos últimas semanas tenho investido na fotografia. Participado de concursos e vencido um no FLICKR. Me deu forças para seguir em frente.Mas ainda não me deu certeza de que aqui é o meu lugar. A foto abaixo foi escolhida como a melhor da SEMANA NO PLATINUMPHOTO um dos grupos mais concorridos no FLICKR, onde além desta, eu tive também outra. Ambas ficaram como primeiro e segundo lugar(no link acima,elas são as de número 11 e 13). A 11 também ficou entre as melhores da semana num jornal sueco, em dezembro de 2007 e que só vim saber em julho.
sunset - Yterrela - Vasteras - Sweden


É MUITO DIFÍCIL SE DESFAZER DAS RAÍZES BRASILEIRAS. ELAS SÃO FORTES DENTRO DE MIM. E por mais que eu saiba ter nascido num Estado onde a violência galopa sem parar, a corrupção permeia os 4 cantos do país, ter deixado lá um pai que foi ausente na minha vida, e que sou para ele, a mãe que ele não tem(funções trocadas mas que não me dão amargura, pois bastou saber ele está doente me fez sofrer), foi lá que vi o sol nascer pela primeira vez. Fingir isso será o mesmo que morrer um pouco a cada dia. Ser brasileiro é ser diferente. É ter as emoções expostas, ausência de medo de ser quem sou. Pena que a saudade é entremeada pela certeza de que não vislumbro grandes mudanças para um povo sangue-bom.

P.S..: Não tenho visitado ninguém por que não temos wireless, ainda. Usamos a temporária do escritório do Leif. Ele traz o cabo para casa no final do expediente.

Justiça para Flávia- I

10 augusti 2008
A meteorologia sueca tem falhado nos últimos dias. O que era para ser verão virou inverno típico do meu Nordeste Brasileiro. Portanto, não sei ao certo se hoje teremos sol ou o friozinho continuará, fazendo de mim um pinguim engaiolado numa roupa de inverno quando na verdade, os nativos da cidade vestirão uma roupa de época primaveril.

São as contradições entre um povo acostumado ao frio e uma nordestina que viveu no calorento ar de uma cidade alagoana. No entanto, temos algo em comum: a criança é vista por aqui como prioridade. E este ponto, faz de mim acreditar neste país cada vez mais. E meu coração festeja quando vou tratar de algo relacionado ao meu filho e ouço de um sueco : " é criança, não tem argumentos...vai ter que ter o caso analisado em primeiro plano."

Fico pensando o que pensará uma criança que vive há quase 10 anos em coma vigil, se acordar amanhã e olhar para a família e se perguntar: O QUE FIZERAM COMIGO?QUEM SÃO VOCÊS? ONDE ESTÃO MINHAS COLEGAS DA ESCOLA? QUE IDADE TENHO?O MUNDO PAROU? OU EU ESQUECI DE VIVER? FHC É O NOSSO PRESIDENTE? NÃO? AH! EU ATINGI A MAIORIDADE E NEM SOUBE? QUE PAÍS É ESSE? O IRAQUE ESTÁ ESFACELADO? SADHAM PERDEU A VIDA, DEPOIS DE DESTRUIR AS CRIANÇAS CURDAS NA FRONTEIRA COM A TURQUIA? CRIANÇAS SÃO JOGADAS PELA JANELA PELO PRÓPRIO PAI?QUAL A MODA DA ADOLESCENTE DE HOJE? MINHAS ROUPAS ESTÃO DEFASADAS?A COR AGORA É PINK? OU MUDOU? INVENTARAM QUANTAS BONECAS MAIS ALÉM DAS QUE EU TINHA?OLIMPÍADAS DE PEQUIM?E A DE ATHENAS JÁ ACONTECEU?



Que o mundo anda maluco, todo mundo sabe. Falar de doença, ninguém gosta. Eu, menos ainda. Mas o caso da menina cheia de vida acima e que vive da forma ao lado não é apenas caso de doença.É caso fruto da impunidade que assola um país cujas crianças no futuro não saberemos que rumo elas darão às próprias vidas depois de presenciar tantos descalabros nas esferas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Que diferença fará para essa criança, o futuro? Será que ele existe? E o nosso papel como uma comunidade tão forte e crescente chamada BLOGOSFERA? VAMOS DAR UMA COVARDE? DE TATU E SE ESCONDER NUMA TOCA E FINGIR QUE ESTÁ TUDO BEM?SIMPLESMENTE PELO FATO DE NOSSOS FILHOS ESTAREM PROTEGIDOS? E ESSE PROBLEMA É APENAS DA MÃE DELA? NÃO É NOSSO, TAMBÉM? CHEGA DE PENSARMOS DE FORMA INDIVIDUALISTA, DE POSTAR POR OBRIGAÇÃO OU SENTIMENTO DE PENA. O Direito Humano, em nosso país, anda na contramão quando defende o indefensável.
O papel dos DIREITOS HUMANOS neste caso se mescla com o Direito Humanitário. E eu pergunto: O QUE SERÁ DESSA CRIANÇA SE ODELE SE FOR AMANHÃ? E DE ODELE, SE ESSE CASO SE ARRASTAR POR MAIS 10 ANOS? A saúde dela não podemos dar. Apenas Deus pode dá-la mas que a JUSTIÇA SEJA FEITA É OBRIGAÇÃO DE TODO CIDADÃO COBRAR. LEMBREM-SE QUE NO lugar dela poderia está O MEU, O SEU, O NOSSO FILHO. UMA CRIANÇA COMO OUTRA QUALQUER que não pode ver uma piscina e quer nadar feito peixinho. E lá no fundo da tal piscina tem um ralo. E este ralo pode sugar os cabelos a tal ponto de colocar uma criança em coma.


Blogagem Colectiva para Flávia em 9/Set/2008


Portanto, melhor do que uma blogagem seria uma passeata em direção à Brasília. Mas como cada um de nós mora em distantes partes do mundo...que pelo menos tenhamos coragem de participar de uma BLOGAGEM COLETIVA.
P.S.: O selo da Flávia antes do coma é de autoria da minha amiga SELENA RUMIEL, o da blogagem coletiva é do ADESENHAR de Portugal. E o outro com ela em coma vigil, é de minha autoria. Hoje é domingo. Todo mundo relax. E um bom momento para reflexão. Pensemos todos de forma coletiva e no dia 15.09 façamos a nossa parte.
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O LINK DO BLOG ONDE ESTÁ TODA A HISTÓRIA DA FLÁVIA . EU TIRO O CHapéu para essa mãe. Sinto-me pequena diante dela e à ela digo mais:NADA ME DEVES, ODELE. EU É QUE DEVO MUITO A TI POR TER-ME DESPERTADO PARA UMA REALIDADE QUE NÃO CONHECIA E COM ISSO, POUPADO MEUS FILHOS DE TEREM VIVIDO O MESMO QUE FLÁVIA.

A VIDA e a arte da superação

05 augusti 2008
A cidade acordou fria, cinzenta e com ventania de um inverno que está longe de vir. Depois de dias sem fim com uma temperatura que variou de 20 a 35,eis que o dia amanheceu com 12 graus Celsius. O frio, na verdade, me dá a calmaria que o ar quente e seco do verão não consegue me "tocar". Venho descobrindo que a vida é mais do que sofrer. Se você dá muito valor à dor, esta nunca vai te abandonar. Colará em seu corpo e alma de tal forma que fará uma parceria , simbiose sem fim.



Você não terá tempo de ver a beleza de uma flor que se abre, de um céu azul que te faz pensar em dias melhores. Por que na verdade não há uma dor que nunca acabe e feridas que nunca se fechem. Tudo é um ciclo. Basta cada um viver de uma maneira que se encontre um ar mais puro. Mesmo que num mundo cheio de histórias mal contadas e fábulas que nem crianças acreditam.

Eu nunca tive ídolo. No entanto, se algum dia admirei alguém a tão ponto de amá-lo de forma incondicional foi meu irmão mais velho. Exemplo de fortaleza, dignidade e que exerceu em mim o papel de Pai que o verdadeiro nunca conseguiu. Admiro pessoas. Adoraria ter tido um dedinho de prosa com Ayrton Senna e sua simplicidade e superação. O Gabriel Garcia Márquez, escritor, é outro que eu gostaria de ouvir dele como conseguiu tamanha inspiração para dar vida ao livro " Memórias de Minhas Putas Tristes".

Recentemente, eu cheguei a pensar que um ídolo não tem de prestar conta de sua vida privada.Hoje creio que ele tem sim. Como formador de opinião, influenciará inúmeras pessoas com seus atos e gestos. De forma positiva ou negativa qual rumo dê à sua vida.

Há coisas que apenas quem vive sabe explicar. E por mais que tentemos encontrar respostas, não as achamos. Sei disso. Vivi dias em total abstinência que hoje já não existe. Fase vencida e superada. Sábado passado foi feito aposta de que eu não conseguiria ficar uma hora em pé para ver aquele que eu admiro e o único(junto com o somaliano naturalizado sueco), até hoje, que me fazem parar diante da tv sueca para torcer por suas vitórias. Eles me fizeram sair de casa e ficar debaixo de uma sobrinha com o marido(em pé).

Final de semana que passou aconteceu o Campeonato Sueco de Esportes, em algumas modalidades. E ELE estaria aqui. Simples, HIGH JUMPER, casado e pai de um menino, tem como treinador o pai que trabalha como serralheiro. Em qualquer lugar que ele vá, tem um sorriso no rosto. Não bebe, não fuma, nunca se envolveu em intrigas e quando compete, antes caminha em direção ao público para reconhecer os seus fãs e pede que se batam palmas de incentivos aos demais atletas. Em direção à trave, ele pega as duas mãos, põe atrás da cabeça, fecha os olhos e corre em busca de superar seus limites. Ele é número UM na Suécia e foi OURO nas Olimpíadas de Athenas em 2004, embarcou dois dias atrás para Pequim.


STEFAN HOLM E SEU JEITO SIMPLES DE SER.

Ao terminar a prova, onde ele não conseguiu atingir a marca de 2,38m ,me aproximei do pai dele que estava na arquibancada e pedi para tirar uma foto dele. O pai gritou "Stefan...vem ver quem torce por você". Ele veio em minha direção, apertou minhas mãos e disse: "surpreso estou de ter fã brasileira já que o high jump não é tão famoso por lá." E quando eu falei que torcia tanto por ele e que pedia a Deus que o protegesse, ele levantou as mãos aos céus e disse: " Deus, Obrigada! " Logo em seguida foi perguntado a ele qual o limite que ele queria chegar e ele simplesmente disse: " chegar ao 17o dia em Beijing". Caso ele seja OURO, vai abandonar a carreira. Aquele momento para mim teve o sabor da frase de Martin Luther King:

"É melhor tentar e falhar que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar que em dias tristes me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver."

Foi um momento mágico que vivi. O que me tocou foi o sorriso doce, jeito carinhoso, amável ao posar para mim. Choveu copiosamente e Leif segurava a sombrinha. No entanto, meia hora para a competição acabar, deu-se uma trégua e mesmo com o céu cinzento eu captei essa foto dee acima, além de outras mais. Ao voltar para casa, dei de cara com um jardim lindo de flores com cara de bouquet de noivas. Belo sinal para quem, como eu, vem sentindo como Charles Chaplin um dia escreveu,



Não faça de seus problemas um cavalo de batalha. Perdão peço pela minha sinceridade: ESTOU REAPRENDENDO A VIVER. CHEGA DE TANTA TRAGÉDIA. JÁ BASTA O MUNDO SE ESFACELANDO AO NOSSO REDOR. SARNAS PARA ME COÇAR?ESTOU FORA!DOENÇA?QUERO FALAR NISSO, NÃO. SINTO APENAS QUE A CURA VEM QUANDO ESTAMOS PREPARADOS PARA RECEBÊ-LA COMO UMA DÁDIVA QUE DEUS NOS PRESENTEIA. NUNCA ESTIVE TÃO BEM NA MINHA VIDA.




O outro é Mustafa Mohamed e a vida difícil do ATLETA que teve desde a infância. Ele nasceu em Mogadishu, a Capital da Somália e teve a sorte de mudar para a Suécia,aos 11 anos de idade. Hoje, naturalizado sueco, representa o país na modalidade dos 3000mts com obstáculos(ele é o número UM no país, na modalidade em que compete) e


MUSTAFA É O DA FRENTE. VENCEU A PROVA MAS COMEÇOU EM SEGUNDO .
Advinhem onde ele mora? na Costa Oeste da Suécia, numa cidadezinha costeira de apenas 7.500 habitantes, onde estivemos no último final de semana.Menos um a sofrer no inferno africano chamado Somália. Falar com ele, impossível. Ele começava e terminava a prova do outro lado do estádio. Consegui fotografá-lo, ao passar diante de mim 3x e o que vi foi milhares de suecos gritando o nome dele. Se Mustafa conseguiu vencer tantos desafios na vida e chegar aonde está p0r quê eu, você, nós não podemos? Os desafios existem para se superar.



LYSEKIL, ONDE VIVE MUSTAFA. E FOI GRAVADA PARTE DA NOVELA DO POST ANTERIOR.