"É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, a trevo machucado,as folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que nunca te pareces com o teu retrato...E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!"
Presença (Mário Quintana)
Sonhei que colocava a câmera num tripé, acionava o controle remoto e meus quatro filhos, juntos...corriam para mim para que todos saíssem na foto.Os três maiores à frente...e bem atrás o mais novo e que já nao vive entre nós.
Como um cao solidário com seu dono, ele se agarrava ao meu pescoco e, como das vezes anteriores, lambia meu rosto, bem pròximo à orelha esquerda.Ele já falava o português corretamente. E era quem dizia: "um, dois, três, mae, agora..." na certeza de que a câmera iria disparar e captar aquele momento mágico. Estávamos os cinco na África. Creio que de férias. Mas dava para ver no sonho que meu filho estava gordo, bonito, crescido e feliz. Estava bem alimentado e a barreira da língua nao existia. E seu amor por mim era incondicional.O toque de sua maozinha continua no meu rosto.
Interpreto esse sonho como um sinal. Um aviso dele de que nao devo esmorecer diante de uma língua esquisita. Para uma pessoa como eu que gosta de se expressar...a língua desse país tem-me soado um pouco estranha...A forma de escrever o sueco, na forma gramatical correta, nao é fácil(Ontem, a professora disse: falar fluente o sueco, Grace, somente depois de 3 anos. Eu estudei 3 anos o alemao...assim como falar o português...aprender a falar a língua portuguesa qualquer estrangeiro pode falar. Eu quero ver se expressar fluentemente...).
Acordei aos prantos. Sinal de que meu filho faz falta e muita. E vou viver o resto de meus dias para lembrar dele. Mas me dá paz, calma, vê-lo em sonho. Mesmo que por raros momentos. A imagem da foto que nao captei ficou gravada na memória.
Como um cao solidário com seu dono, ele se agarrava ao meu pescoco e, como das vezes anteriores, lambia meu rosto, bem pròximo à orelha esquerda.Ele já falava o português corretamente. E era quem dizia: "um, dois, três, mae, agora..." na certeza de que a câmera iria disparar e captar aquele momento mágico. Estávamos os cinco na África. Creio que de férias. Mas dava para ver no sonho que meu filho estava gordo, bonito, crescido e feliz. Estava bem alimentado e a barreira da língua nao existia. E seu amor por mim era incondicional.O toque de sua maozinha continua no meu rosto.
Interpreto esse sonho como um sinal. Um aviso dele de que nao devo esmorecer diante de uma língua esquisita. Para uma pessoa como eu que gosta de se expressar...a língua desse país tem-me soado um pouco estranha...A forma de escrever o sueco, na forma gramatical correta, nao é fácil(Ontem, a professora disse: falar fluente o sueco, Grace, somente depois de 3 anos. Eu estudei 3 anos o alemao...assim como falar o português...aprender a falar a língua portuguesa qualquer estrangeiro pode falar. Eu quero ver se expressar fluentemente...).
Acordei aos prantos. Sinal de que meu filho faz falta e muita. E vou viver o resto de meus dias para lembrar dele. Mas me dá paz, calma, vê-lo em sonho. Mesmo que por raros momentos. A imagem da foto que nao captei ficou gravada na memória.
Acreditem que a tristeza nao ficou. Ficou a saudade. A doce lembranca. E uma vontade louca de viver. E "que esta minha paz e este meu amado silêncio não iludam a ninguém. Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta. Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios. Acho-me relativamente felizPorque nada de exterior me acontece...Mas, em mim, na minha alma, pressinto que vou ter um terremoto!"Mário Quintana.
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