Meu encontro com a bulimia...

18 juli 2008
"Todos os dias, Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um 'sim' ou um 'não' pode mudar toda a nossa existência." Gandhi
E eu continuo dizendo SIM para a vida.Mesmo que em algum tempo eu imagine que ela se esvai pelos dedos.

Ela chegou assim...de repente...depois de sair de um café no Centro da Cidade. Longe da Terra onde nasci. Foi um encontro abrupto, surpreso e diferente do colorido de folhas de outono espalhadas pelo chão, amareladas, caídas, esquecidas, esmaecidas me deixou estupefata e me retirou a beleza de toda uma estação que breve virá. Ou talvez, ela não tenha nada parecido com o outono que é, por aqui, sinal de que o verão se foi...
Me deixou ofegante, desesperada e atônita. Chás e mais chás. Uma agonia sem fim. E eu pensei está partindo em direção...ao NADA DE UM AMBIENTE FECHADO E SEM VIDA. Ela me nocauteou por horas sem fim. O fôlego ia e vinha...
Não teve palavras de consolo do marido, genro, filhos. Não. Ela deu paz apenas quando dentro do banheiro, coloquei o dedo na garganta e expulsei toda comida que tinha comido horas antes...no Café do Centro. Lá, eu comi um pedaço de torta de morango e café com leite. Mas creio ter posto para fora comidas de meses sem fim. Senti-me um saco vazio, com uma cara pálida e uma certeza de que o encontro tinha se dado.Um encontro com cara de inverno nebuloso, com tempestades sem fim e ventos de 300 km por hora.
Eu temia tanto esse encontro. Já não me bastava a anorexia nervosa... eu teria que conviver com uma bulimia que nunca pedi. Nunca fiz regime para nada. Nunca me poupei de comer algo em favor de uma beleza que para mim é válida apenas se o meu "eu interior" estiver bem. Se existisse algo parecido com o inferno devo afirmar categoricamente que ela se chama BULIMIA, ANOREXIA. Nervosa ou não. Que importância tem o o tipo dela? Sei apenas que mais uma vez eu vou ter que encontrar um caminho para superar. E se esse caminho, em forma de chance não me for dado, o que posso eu fazer? Apenas lutar. Uma luta que agora tenho que empreender. Mais uma luta. E quando estes momentos acontecem a loucura vem. A razão se esvai. A única coisa que me vem à mente é que Deus nunca deixe de segurar em minhas mãos. Sem Ele, a caminhada será bem mais árdua.